A saudade às vezes desespera. Chove a alma, faz aos poucos cinzas. Às vezes te vejo cinderela, outras, fecho os olhos e peço socorro.
Às vezes perco o teu sapato, noutras te calço de mim. Deixo-te solta, perambula numa nuvem. Surta. Sente-se provocada, provocante.
Às vezes um terço, outras apenas de sustento. Perigo percorrer os espaços teus e preenche-los do meu nada insistente.
Deturpo teus sonhos, ouso copiá-los dentro de mim. Intruso. Entroso nossas mãos num balanço.
A saudade, às vezes, desperta.