Comecei a gostar do Pessoa quando um amigo me apelidou assim. Um desses amigos raros que gostam de inflar o teu ego. E ele fazia isso muito bem. Obvias saudades...
É óbvio também que, apesar de ter adorado o apelido, nunca pude ser comparado ao mesmo, em nenhum aspecto. Fato é que comecei a lê-lo e me encaixar em seus pensamentos.
A poesia abaixo reflete tudo, e não é preciso dizer mais nada:
"Quem me dera que eu fosse o pó da estrada
E que os pés dos pobres me estivessem pisando...
Quem me dera que eu fosse os rios que correm
E que as lavadeiras estivessem à minha beira...
Quem me dera que eu fosse os choupos à margem do rio
E tivesse só o céu por cima e a água por baixo. . .
Quem me dera que eu fosse o burro do moleiro
E que ele me batesse e me estimasse...
Antes isso que ser o que atravessa a vida
Olhando para trás de si e tendo pena ..."
(Fernando Pessoa)
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