quinta-feira, 17 de setembro de 2009

A saudade às vezes desespera. Chove a alma, faz aos poucos cinzas. Às vezes te vejo cinderela, outras, fecho os olhos e peço socorro.

Às vezes perco o teu sapato, noutras te calço de mim. Deixo-te solta, perambula numa nuvem. Surta. Sente-se provocada, provocante.

Às vezes um terço, outras apenas de sustento. Perigo percorrer os espaços teus e preenche-los do meu nada insistente.

Deturpo teus sonhos, ouso copiá-los dentro de mim. Intruso. Entroso nossas mãos num balanço.

A saudade, às vezes, desperta.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Coloco tua voz dentro do meu ouvido. E te vivo. Troco meus pés de direção e sigo numa dança sem sentido. Me acanho, traço um plano, tanto tropeço que canso. Peço um tempo. Ouço. Tento. Afago.

Coloco minha voz dentro do teu ouvido. Eu grito. Um giro constante de pés descalços. Mas você não foge. E tento. Nem num falso descaso feito qualquer apelo. Nesse tempo. Resisto.

Provoco em nós, suspiros.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Não me turvo ao volume dispendioso do que queres. Sou curioso. Enterro um mundo todo sobre os escombros do que a gente mesmo acreditou. Estou sempre a tentar: teu jeito ingênuo. E na verdade, ainda me assombro. Mostre-se que eu me ouso. Sou esse sonho cheio de realidade, sou feito de saudade. Dos teus olhos lacrimejados da ultima despedida, ali na rua, distante do dia que voltarei.